Dilma Rousseff
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Dilma Rousseff | |
Ministra-chefe da Casa Civil do Brasil | |
Mandato: | 21 de junho de 2005 até atualidade |
Precedido por: | José Dirceu |
Sucedido por: | — |
Nascimento: | 14 de Dezembro de 1947 Belo Horizonte |
Partido político: | PTB, PDT e PT |
Profissão: | Economista |
Dilma Vana Rousseff Linhares (Belo Horizonte, 14 de dezembro de 1947) é uma economista e política brasileira, filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT). Foi a primeira mulher a ser nomeada ministra-chefe da Casa Civil, cargo que exerce desde 21 de junho de 2005.
Índice[esconder] |
[editar] Biografia
Dilma é filha do advogado e empreendedor búlgaro naturalizado brasileiro Pedro Rousseff (em búlgaro Петър Русев, Pétar Russév)[1][2] e da dona-de-casa Dilma Coimbra Silva. Graduou-se em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Obteve Mestrado em Ciências Econômicas, na área de Teoria Econômica pela UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas), e Doutorado em Ciências Sociais, na área de Teoria Monetária e Financeira, também pela UNICAMP. [3]
Na década de 1960, durante o regime militar, participou da luta armada, usando os codinomes de Estela, Patrícia, Luísa e Vanda, atuando em organizações clandestinas e terroristas de esquerda, como a Política Operária (POLOP), Vanguarda Popular Revolucionária e o Comando de Libertação Nacional (COLINA)[4]., segundo consta na sua ficha criminal na Polícia paulista, no DOI-CODI. + No final da década de 1960, durante o regime militar, Dilma participou da luta armada, atuando em organizações clandestinas de esquerda, como a Política Operária (POLOP), a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e o Comando de Libertação Nacional (COLINA)[5], quando da união deste com a VPR[6].
Dilma teria participado, na época, da ação do roubou de um cofre do ex-governador de São Paulo Ademar de Barros, em 18 de junho de 1969, na cidade do Rio de Janeiro, de onde foram subtraídos 2,6 milhões de dólares[7]. Entretanto, Dilma negou sua participação no evento em uma entrevista concedida ao Programa do Jô. De acordo com ela, "essa história foi difundida, mas na época eu não participei nem planejei o assalto ao cofre do Ademar" .
- Em 1 de agosto de 1968, do assalto ao Banco Mercantil de São Paulo.
- Em 6 de outubro de 1968, do assalto ao Banespa na rua Iguatemi, em São Paulo.
- Em Em 11 de dezembro de 1968, do assalto à Casa de Armas Diana, na Rua do Seminário, em São Paulo.
- Em 24 de janeiro de 1969, ao IV Regimento de Infantaria de Quitaúna.
- Em 20 de setembro de 1969, do assalto ao Quartel da Força Pública, (atual Polícia Militar), na Academia do Barro Branco.
Posteriormente, esteve presa entre 1970 e 1973 nos órgãos públicos de repressão à luta armada e ao terrorismo, época em que diz ter sido torturada. Em dezembro de 2006, a Comissão Especial de Reparação da Secretaria de Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro aprovou um pedido de indenização por parte de Dilma e outras dezoito pessoas presas em dependências de órgãos policiais do governo estadual paulista na década de 1970[8].
No fim da década de 1970, casou-se com o também militante político Carlos Araújo, com quem teve uma filha e fixou residência no Rio Grande do Sul. Hoje são divorciados.
Participou da reestruturação do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), vinculada ao grupo de Leonel Brizola. Após a perda da sigla para o grupo de Ivete Vargas, participou da fundação do Partido Democrático Trabalhista (PDT).
Foi secretária de Minas e Energia durante o governo Alceu Collares no estado do Rio Grande do Sul, entre 1991 e 1995. Em 1998 o petista Olívio Dutra ganha as eleições para o governo gaúcho com o apoio do PDT no segundo turno e Dilma retornou à Secretaria de Minas e Energia. No final de 1999 o PDT deixa o governo de Olívio Dutra e exige de seus filiados a entrega dos cargos. Dilma sai do PDT e filia-se ao PT continuando no governo a exemplo do que também fizeram Emília Fernandes, Milton Zuanazzi e o trabalhista histórico Sereno Chaise.
Dilma Rousseff integra o Governo Lula desde o início, em 1 de janeiro de 2003, como ministra de Minas e Energia. Trocou de cargo, e passou a chefiar a Casa Civil em 21 de junho de 2005, no lugar de José Dirceu, que deixou o ministério por estar envolvido em acusações de corrupção no caso Mensalão. De acordo com o senador Pedro Simon (PMDB-RS), desde que Dilma assumiu o ministério, "a seriedade está se impondo" na Casa Civil[9].
[editar] Dossiê da Casa Civil
Em virtude do escândalo dos cartões corporativos, que eclodiu em janeiro de 2008, atingindo o governo federal e causando a demissão da ministra de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, a oposição entrou com um pedido para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigações mais aprofundadas.
Em 22 de março de 2008, uma reportagem publicada pela Revista Veja revelou que o Palácio do Planalto montou um dossiê que detalhava gastos da família de FHC. A matéria diz que os documentos estariam sendo usados para intimidar a oposição na CPI dos Cartões Corporativos. A Casa Civil negou a existência de tal dossiê, apresentando no espaço de 15 dias três versões diferentes sobre o assunto, todas depois desmentidas pela imprensa[10]. Em 28 de março, foi a vez do jornal Folha de S. Paulo publicar uma reportagem revelando que a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Alves Guerra, deu a ordem para a organização do dossiê. Em entrevista coletiva em 4 de abril, Dilma reconheceu a feitura do banco de dados, mas descartou a conotação política do mesmo. Disse que o vazamento de informações e papéis federais é crime e que uma comissão de inquérito interna iria apurar o fato. Em 7 de abril, a Polícia Federal (PF) decidiu investigar o caso.
Em 7 de maio, em audiência na Comissão de Infra-Estrutura do Senado Federal, respondeu questões relativas ao "dossiê"[11].
Eu fui barbaramente torturada, senador. Qualquer pessoa que ousar falar a verdade para os torturadores, entrega os seus iguais. Eu me orgulho muito de ter mentido na tortura, senador. | — Em resposta ao senador José Agripino Maia (DEM/RN). O senador sugeriu que, por ter mentido no período em que esteve presa durante a ditadura, também poderia estar mentindo sobre o vazamento de dados que formaram o dossiê sobre os gastos de FHC.[11] |
As investigações da PF concluíram que o responsável pelo vazamento foi o funcionário da Casa Civil José Aparecido Nunes, subordinado de Erenice Guerra. Ele enviou passagens do dossiê para o assessor do senador Álvaro Dias, André Fernandes[12].
[editar] Caso Varig
Em junho de 2008, a ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) Denise Abreu afirmou em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", que a Casa Civil favoreceu a venda da VarigLog e da Varig ao fundo norte-americano Matlin Patterson e aos três sócios brasileiros.[13]
Abreu, que deixou o cargo em agosto de 2007, sob acusações feitas durante a CPI do Apagão Aéreo, relatou que a ministra Dilma Rousseff e a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, a pressionaram a tomar decisões favoráveis à venda da VarigLog e da Varig.
Segundo ela, Dilma a desestimulou a pedir documentos que comprovassem a capacidade financeira dos três sócios (Marco Antonio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Marcos Haftel) para comprar a empresa, já que a lei proíbe estrangeiros de possuir mais de 20% do capital das companhias aéreas.[14]
A ministra não queria que eu exigisse os documentos. Dizia que era da alçada do Banco Central e da Receita e falou que era muito difícil fazer qualquer tipo de análise tentando estudar o Imposto de Renda porque era muito comum as pessoas sonegarem no Brasil. | — afirmou Abreu ao "Estado".[15] |
Dilma negou as acusações e Denise Abreu não apresentou nenhum documento ou prova que sustentasse suas acusações.[16]
Em resumo, o caso VARIG não passou de mais um golpe da imprensa mercenária do Brasil.
Referências
- ↑ Folha da Bahia (20 de abril de 2007). Nunca vou falar não para o Lula, diz Dilma sobre 2010 (em português).
- ↑ O Globo Online (11 de maio de 2008). Um dossiê indiscreto sobre Dilma Rousseff (em português).
- ↑ MEC. Currículo Lattes - Dilma Rousseff (em português).
- ↑ Radiobrás. Ministério da Casa Civil - Dilma Rousseff (em português).
- ↑ Radiobrás. Ministério da Casa Civil - Dilma Rousseff (em português).
- ↑ [1]
- ↑ Revista Veja Online; Alexandre Oltramari (15 de janeiro de 2003). O cérebro do roubo ao cofre (em português).
- ↑ Portal G1 (7 de fevereiro de 2007). Torturada na ditadura, Dilma será indenizada (em português). Página visitada em 19 de setembro de 2008.
- ↑ [2]
- ↑ Portal G1 (31 de março de 2008). PT divulga nota de solidariedade à ministra Dilma (em português).
- ↑ 11,0 11,1 O Globo Online; Reuters (7 de maio de 2008). Dilma depõe em comissão do Senado (em português).
- ↑ Folha Online; Leonardo Souza e Marta Salomon (9 de maio de 2008). Ex-assessor de José Dirceu vazou o dossiê da Casa Civil (em português).
- ↑ Estadão (4 de junho de 2008). "Dilma disse que era muito difícil provar origem do dinheiro" (em português).
- ↑ Folha Online (9 de junho de 2008). Procurador discutiu caso Varig com Dilma (em português).
- ↑ Estadão (4 de junho de 2008). Ex-diretora da Anac acusa Casa Civil de favorecer comprador da Varig (em português).
- ↑ Folha Online (6 de junho de 2008). Dilma nega acusações sobre caso VarigLog e diz ser vítima de "fogo inimigo" (em português).
[editar] Ligações externas
Precedido por Francisco Luiz Sibut Gomide | Ministra de Minas e Energia do Brasil 2003 — 2005 | Sucedido por Maurício Tiomno Tolmasquim |
Precedido por José Dirceu | Ministra-chefe da Casa Civil do Brasil 2005 — atual | Sucedido por — |
Nenhum comentário:
Postar um comentário